Fizeram trabalho contra mim (ou fui eu mesmo)?

Fizeram trabalho contra mim. Atire a primeira pedra quem nunca ouviu esta frase de um amigo, familiar ou até de alguém desconhecido. Mas será que essa coisa existe mesmo? Há pessoas com poder e conhecimento suficientes para prejudicar a vida dos outros?

Já abordamos este tema em outros artigos tratando brevemente sobre os “Pais e Mães de Santo de poste”, aqueles que anunciam seus serviços “garantidos” em geral “em até 3 dias”, seja para o amor, finanças ou demais áreas da vida. E a primeira reflexão é: se os postes continuam cheios destes anúncios, alguma eficácia estes “Pais e Mães” devem estar entregando, não é mesmo?

Para simplificar um argumento já simplista, basta dizer que a noção de eficácia varia de pessoa para pessoa. Ou melhor: pode ser manipulada de acordo com os discursos ardilosos destes vendedores de soluções fáceis.

Segundo diversos relatos que ouvimos nos últimos anos, estes charlatães costumam ter grande poder de convencimento frente às pessoas (geralmente aflitas) à sua frente. Inventam rituais difíceis, soluções que demandam tempo e, enquanto isso, vão ganhando a confiança (e dinheiro) de quem se convence que está diante de uma pessoa iluminada, especialista no mundo espiritual.

Pode parecer então que a existência deste charlatanismo se justifica por que ainda há muita gente ingênua e crédula no mundo, correto? Sim, esta é uma forma de enxergar esta situação. Mas como tudo na vida, o outro lado também é verdadeiro.

Muitas vezes as pessoas que buscam por este tipo de solução encontram nestes charlatães alguém que olha nos olhos, sabe ouvir e atender com muita calma e atenção. E, em grande medida, é somente isso que boa parte delas buscam: alguém que realmente se interesse em ouvir suas queixas e aflições. Não é?

Fizeram trabalho contra mim: indícios

Para tentar entender o que é e o que não é de natureza espiritual precisamos analisar alguns detalhes da vida da pessoa que sente que foi “magiada”.

Se sua vida mudou radicalmente sem nenhum motivo concreto, comprovável, plausível, pode ser que haja sim algo espiritual em dissonância. Mas antes é preciso analisar bem esta mudança.

Se você, por exemplo, sempre dormiu bem e de repente começa a ter insônia, analise tudo: alimentação, trabalho, excesso de café, travesseiro errado, faça uma lista mesmo e verifique se não há uma razão mais concreta que explica a falta de sono.

Ansiedade e tristeza repentinas, nervosismo exagerado, problemas de saúde ou financeiros, pensamentos negativos recorrentes, brigas constantes no relacionamento, no trabalho ou na família costumam ser exemplos de situações que podem ou não ter origem espiritual. E para todas elas faça o mesmo exercício: ponha tudo no papel, faça uma lista e observe bem se isso não foi causado pelo próprio movimento da vida, do dia a dia, ou se não há explicação racional.

Se você esgotar todas as explicações racionais e “terrenas” em sua lista, aí sim pode ser que você esteja diante de um problema espiritual. Então alguns já vão dizer: “aí sim fizeram trabalho contra mim, certo?” Nem sempre.

Muitas vezes somos nós mesmos que geramos estas dissonâncias em nossas vidas numa espécie de autossabotagem inconsciente. Exemplo: brigas constantes no relacionamento. Tudo estava bem e de repente as brigas começaram e não pararam mais. Você faz sua lista, analisa tudo e chega à conclusão que não há explicação lógica. Só pode, fizeram trabalho contra mim, contra o meu relacionamento.

Antes de pensar em procurar os famigerados “Pais e Mães de poste” que tal dar mais uma chance para a sua lista? Será que você considerou o lado do seu (sua) parceiro (a)? Ele (ela) também precisa fazer uma lista e analisar o que mudou, porque mudou e assim você terá uma visão mais clara do que pode estar ocorrendo no seu relacionamento.

Parece difícil e trabalhoso essa coisa de listar tudo o que pode ser causa dos nossos problemas, mas a verdade é que não é. E mais: pode ser um ótimo exercício de autorreflexão, um tempo necessário que cada um de nós precisa se permitir para acalmar os ânimos e buscar mais centralidade, respirar fundo, pesar prós e contras em vários campos da vida e, quem sabe, encontrar soluções novas para problemas que pareciam insolúveis.

E saiba que mesmo fazendo um exercício puramente racional como este, a todo momento a espiritualidade continua agindo sobre nós. Guias, Orixás, Anjos da Guarda e outros seres de Luz continuam nos acompanhando e irradiando suas energias contínuas sobre nós.

E se, ao final, você ainda não se convencer que seus problemas são de origem terrena, passe longe do “poste”. Busque um Terreiro de Umbanda confiável e converse com os Guias. Eles saberão orientar, desmagnetizar, limpar e indicar rituais, banhos, orações e outras ações magísticas-religiosas para que você encontre as melhores soluções em sua vida.

Muito cuidado com quem pede dinheiro para tudo. Umbanda é caridade, pois os atendimentos espirituais dos Guias através dos médiuns deve ser gratuito sempre. As materialidades (velas, ervas, livros, cursos, rifas, etc.) são à parte, quem puder ajudar será sempre bem-vindo, mas é facultativo.

Use a cabeça e não se deixe levar pelos aproveitadores. E sempre haverá um Terreiro de Umbanda honesto e pronto para atender.

E você? Já se arriscou num Pai ou Mãe de poste? Conte para nós!

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