João Marinheiro: o mar é a vida; o barco somos nós
“Navegar é preciso; Viver não é preciso.”
Esta é uma frase do general romano Pompeu, 70 A.C., sobre a segurança de suas embarcações, repetida por navegadores portugueses e reinterpretada pelo poeta.
Fernando Pessoa entendia que “Viver não é necessário; necessário é criar”.
Entre o que é preciso, o que precisamos e o que é necessário para viver, nos perdemos constantemente nos fluxos de vida, como nas marés e nas correntezas.
Nunca se entra duas vezes no mesmo rio, como dizia Heráclito.
No entanto, o quanto temos consciência do rio ou da vida enquanto passam?
O peixe não tem noção do que é o aquário visto de fora.
Nós também vivemos em nossas bolhas de mundo, sem consciência da vida que nos cerca, procurando precisão e controle da vida, que é em si incontrolável.
João Marinheiro ensina
Aprendi com João Marinheiro que o mar é a vida, o barco somos nós.
Podemos sentir o balanço do barco no mar e ajustar o leme, timão e velas, de acordo com o vento e as marés.
Às vezes estamos tão apegados com tudo isso, com os instrumentos, que não conseguimos ver a vida de fora, por um plano maior.
Navegar é preciso, precisamos navegar por águas desconhecidas, sair do lugar comum, sair da zona de conforto, ver nossas vidas de fora.
Existem muitas técnicas meditativas para se ver de fora.
No entanto, viajar fisicamente, conhecer lugares novos, distante de sua rotina diária pode lhe dar um olhar rápido para tudo isso e para sua vida fora da bolha.
Assim como João Marinheiro, se permita viajar e, quando estiver lá, olhe para você.
Olhe para sua vida e se pergunte: o que pode melhorar?
Como pode melhorar?
Este é um texto meu, Alexandre Cumino, escrito assim, de improviso, ouvindo a chuva que cai neste momento aqui na Mata Atlântica em algum lugar do litoral brasileiro!
A fotomontagem que ilustra este texto utiliza uma bela foto retirada do perfil do Instagram Soterografando, mantida pelo fotógrafo Tiago Quirino Troccoli.