Falta do Terreiro: como não ser dependente para tudo?

A falta do Terreiro (ou a falta que o Terreiro faz) é algo muito sensível à maioria dos umbandistas.

A pandemia criou uma situação inédita para tantos de nós: o afastamento obrigatório do Terreiro, a suspensão indesejada das cerimônias. Embora tenha sido uma medida necessária, é lamentável para todos esta distância. A saudade é grande, o desejo da volta à normalidade predomina; contudo, devemos evitar a atitude de que sem participarmos das Giras não ficaremos bem.

As entidades desejam que seus filhos sejam pessoas fortes, firmes, maduras, capazes de andar com as próprias pernas. Por mais que eles se disponham a nos aconselhar, descarregar, equilibrar nosso campo astral, não agem para tornar estas práticas uma necessidade.

Se nos ensinaram e orientaram, é justamente para aprendermos a nos manter em um estado de harmonia. Não basta ir no Terreiro se limpar, é preciso não contaminar suas energias novamente após sair de lá.

Por que sentimos tanta falta do Terreiro?

A falta do Terreiro tem a ver com a nossa espiritualidade, vai muito além das paredes dos templos religiosos. Para muitos é um dia especial, dia de reencontrar pessoas amigas, de celebrar a fé, se reconectar com o sagrado.

Eles – os Terreiros – são importantes, possuem o seu papel, porém é no dia a dia que podemos vivenciar o sagrado, seja nas relações com as outras pessoas, no autocuidado, na busca pela melhoramento interno e também na observância de seus compromissos. Estas são apenas algumas formas de como podemos exercer nossos valores espirituais.

Preces, banhos, firmezas, meditação, cânticos, estudos, assistência ao próximo são alguns exemplos de atividades que podem ser praticadas na sua residência ou onde você se sentir à vontade.

Infelizmente, há muitos que tratam as entidades como se fossem “bucha e sabão”: acreditam que somente conseguirão descarregar as densas vibrações com o recurso da incorporação. E aí a falta do Terreiro é enorme!

Você não precisa se consultar com os Guias toda vez que for tomar uma decisão. Desenvolva também o seu próprio discernimento, sua habilidade para avaliar uma situação e qual a melhor estratégia para lidar com ela.

A espiritualidade se manifesta para nos instruir acerca da vida espiritual; é até possível que auxiliem com alguma coisa material, porém este não é o foco.

Por fim, se você é médium não significa que é vulnerável a todo tipo de energia das pessoas e ambiente. Este sensibilidade descontrolada é sinal de que ainda precisa amadurecer sua mediunidade.

O “cavalo” experiente não é frágil desse modo; ao contrário, sabe bem se proteger e portar neste mundo tão contraditório. Ele aprendeu a entrar e sair de qualquer lugar.

E você? Também sente falta do Terreiro? Consegue se manter equilibrado sem ele?

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