Você é médium? Precisa desenvolver!
Você é médium?
Quantas e quantas vezes não se ouve essa afirmação nos centros espiritualistas e casas espíritas?
Assim, o consulente, absorvido em seus problemas, procura auxílio para conseguir um direcionamento ou um conforto.
E ouve, muitas vezes, das mais diversas classes espirituais, que possui mediunidade e deve desenvolver.
Mas se você é médium, como desenvolver a mediunidade?
De fato, deve-se mesmo desenvolvê-la?
Por consequência, as coisas ruins ocorrem por conta da minha mediunidade não resolvida?
Vamos tentar desdobrar esse assunto nesse artigo.
Apesar da afirmação de que todos são médiuns, nem todos devem desenvolver a mediunidade.
A mais comum das mediunidades é a intuitiva.
Ela acontece de se manifestar de forma passiva, sem o concurso consciente do médium.
Logo, se você é médium apenas intuitivo não irá conseguir desenvolver uma psicografia mecânica, por exemplo.
O que acontece muito hoje é a oferta de desenvolver a sua visão interior, a clarividência e a incorporação.
Mas me pergunto: será mesmo que dá pra desenvolver um dom que não possuímos?
Claro que não!
Nesses casos ocorrem os desequilíbrios, as mistificações e as frustrações.
Porém, nem todos devem desenvolver a mediunidade.
Apenas se essa mediunidade for algo a ser trabalhado em prol do próximo e estiver dentro da sua programação de vida.
Então, respondendo as perguntas que fiz no começo:
Você só deve desenvolver a mediunidade se ela fizer parte da sua programação de vida (kármica) e se você assim o quiser.
Pois ainda existe algo chamado livre arbítrio.
E quanto à questão se algo ruim pode ocorrer em caso de não-desenvolvimento?
Em suma, a resposta mais objetiva seria sim!
Mas não é uma forma de reprimenda por não querer desenvolver a mediunidade e sim uma forma de chamar a atenção para o acordo previamente firmado.
Tudo dentro da Lei de Ação e Reação, de Causa e Efeito.
Assim, muitos que se sentem perturbados espiritualmente e que precisam desenvolver acabam encontrando certo conforto após ir nas casas espirituais e de começar a
doutrinar a mediunidade.
Explico: a mediunidade é um dom visível aos espíritos. Eles são atraídos pelos médiuns.
Como diz o Pai Francisco:
“O aparelho (médium) parece com uma luz no meio da escuridão; é o sinal de que é cavalo preparado para falar com as almas.
Os espíritos em desequilíbrio se aproximam da luz esperando ajuda.
Porém, quando não são escutados, se revoltam e, se encontram ressonância na mente perturbada do médium, acabam por encostar nele e prejudicá-lo.”
Mas desenvolver a mediunidade não implica em trabalhar com ela.
Assim, podemos desenvolvê-la para nosso próprio aperfeiçoamento mortal e intelectual.
Isso não quer dizer explorar o próximo ou só tomar atitudes egoístas com o respaldo dos espíritos-Guias.
Agora, se você constatar que faz parte da sua programação de vida e que quer realmente desenvolver sua mediunidade, e sente que você é médium, tome cuidado em como irá fazê-lo.
Ou seja, lembre-se que a mediunidade é uma ferramenta neutra, que serve tanto ao bem quanto ao mal.
Logo, é necessário não só aprimorar a sensibilidade como mundo invisível, como é necessário lapidar o próprio íntimo com a reforma interior.
Caso se identifique mais com a ritualística umbandista, vá em busca de uma casa séria, de preferência com muitos anos de existência.
E que você perceba a seriedade dos dirigentes.
Igualmente, lembre-se que na Umbanda não se cobra nada, não se faz trabalhos de amarração, não prejudica-se o próximo e não se faz sacrifício animal.
Por outro lado, existem Casas que são mais próximas dos cultos afros.
Outras ainda, do culto indígena e outras mais do lado espírita.
Assim, entre na Casa como um filho procurando ajuda.
Converse com o Guia-chefe da Casa e peça para participar como cambone.
Diga do interesse que há em desenvolver a mediunidade.
Assim o Guia pode identificar se você precisa mesmo fazê-lo.
Participe das atividades da Casa e, se houver, dos cursos.
Ademais, estudos próprios não substituem a vivência nas casas espirituais.
Você pode enriquecer o seu entendimento e se aprofundar nos temas através de leituras, cursos e outros.
Mas nunca nada substitui a vivência.
Porém, só a vivência também é manca; você precisa dos dois lados: teórico e prático.
Assim, indico sempre, não importa a inclinação, a importância em ler o Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns.
Da mesma forma, associe o Evangelho Segundo o Espiritismo ou até mesmo a Bíblia como leitura de cabeceira e diária.
Pois através das lições morais do Cristo pode-se ter uma melhor orientação de como guiar a sua mediunidade através do trabalho caritativo e de como devemos proceder com a nossa reforma interior.
Por fim, o último conselho que dou é:
Não acredite que só você é o certo e que só sua verdade é a correta!
Cada ser humano é um indivíduo totalmente autônomo e único.
Assim, se você é médium ou não, desejo a todos bons estudos e boas práticas.
Axé!