Vida é mistério: você concorda com isso?

Vida é mistério. Será que você concorda com isso?

Buda diz que a vida é sofrimento
Católicos dizem que é pecado
Espíritas dizem que é karma
Afinal o que é a vida? Apenas sofrimento, pecado e Karma? NÃO!
A vida é mistério e isto quer dizer que a vida é diferente, assim como são as pessoas.

Cada um é um universo, e cada um cria seu universo particular.

Somos criadores de nosso mundo: cada um olha para o mesmo mundo com olhos e olhares diferentes.

Desta forma, cada um vê o mundo que quer ver ou que consegue enxergar.

No livro sagrado dos hindus, o Bhagavad Gita, Deus em sua forma humana de Krishna, uma das encarnações de Vishnu (segunda pessoa da trindade Hindu – Brahma, Vishnu e Shiva) diz ao guerreiro Arjuna: “Enquanto todos dormem o Yogue está desperto”.

Esta frase, como tantas outras ditas por mestres da humanidade e registradas nos diversos textos sagrados, é metafórica e diz respeito a um despertar no sentido daquele que vê além do véu de Maya – a ilusão.

Da mesma forma, Jesus diz a um de seus pretensos discípulos:

“Deixe que os mortos enterrem seus mortos.”

Estaá é uma linguagem especial, esta metáfora separa “iniciados” de “não iniciados”.

São iniciados aqueles que compreendem o sentido de suas palavras.

Assim, mortos são todos os “não despertos” e vivos são os “despertos”.

Confunde-se este despertar com o seguir ou ler determinada doutrina ou “evangelho”.

Mas despertar é na verdade um processo interior.

Buda diz que a vida é sofrimento e que o caminho é identificar e vencer esse sofrimento.

Logo, a vida deixa de ser sofrimento.

A Igreja Católica criou por meio de Santo Agostinho o conceito de que todos nascemos em pecado e que viver em Cristo nos afasta dele.

Bem, se você não é católico já está livre desta ideia de pecado, inferno, purgatório e demônio que na verdade fazem parte de um “combo” (kit) de conversão e manipulação da massa.

Espíritas reinventam os valores católicos e vivem a ideia de karma distorcida como um pecado.

Trevas como inferno e vida sofrida de expiação como determinado por Deus para Adão e Eva após transgredirem a ideia infantil de não comer do fruto que, afinal, lhes deu conhecimento, sabedoria e livre arbítrio (nem tão livre e nem tão arbítrio).

A vida seria apenas o que dizem as religiões e os religiosos? NÃO.

Diz o Jagunço Riobaldo Tatarana Urutu, em Grandes Sertões Veredas, de Guimarães Rosa:

“Viver é muito perigoso”.

Aliás, Riobaldo diz isso muitas vezes e não é para menos.

Vivendo nos sertões da Guerra de Canudos ou mesmo de Lampião, onde o que vale é matar ou morrer, viver só pode ser algo muito perigoso.

Viver, para Riobaldo implica matar, ver a morte de perto e até mesmo fazer um pacto com o “Tinhoso” afim de vencer seus inimigos.

Sim, viver é perigoso!

Vida é mistério e cada um faz dela o que quer ou o que pode.
Mas a grande maioria não faz nada, apenas segue no piloto automático com os comandos determinados pelo sistema familiar, social e de mídias onde todos somos “produtos de consumo” ou “consumidores de produto”.

Vida! “Vida que segue”.

Não dá para parar a vida, ela segue mesmo que você não queira, com dor ou com um amor ela segue, tal qual um trem doido.

A única pergunta que fica é: Qual nome você dá a este “trem doido”? Alegria, Tristeza, Amor, Dor, Mistério…

Oxalá em mim saúda Oxalá em você!

Texto escrito sentado em pleno Conjunto Nacional, na Av Paulista, no dia 28 de Setembro de 2017, as 11h11, entre um pedal e outro de casa para casa em busca de um olhar e de uma vida consciente.

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