Vem pelo amor ou pela dor à Umbanda?
Vem pelo amor ou vem pela dor? Como a maioria chega até a Umbanda?
Pois muito se fala de quem vem pela dor e pouco se fala de quem vem pelo amor à Umbanda.
Ou mesmo do que há de positivo na vida e missão mediúnica.
Portanto, o caminho do amor está cada vez mais presente na religião.
Afinal, é o caminho daqueles que não chegaram por uma necessidade, doença ou outros problemas.
Pois o caminho do amor é o caminho daqueles que se encantaram pela Umbanda.
Daqueles que foram pegos pelo aroma do incenso, pelo toque do atabaque, pelo canto dos Ogãs.
Daqueles que foram pegos pela pela humildade do Preto Velho, pela simplicidade do Caboclo, inocência da Criança, alegria dos Baianos, força dos Boiadeiros, coragem dos marinheiros, a dança dos Ciganos, o jogo do Malandro, a segurança do Exu e encanto da Pombagira.
Assim, quem vem pelo amor é daqueles que se encontram nas práticas de magias, oferendas, velas, Santos, Orixás e rituais.
Portanto, no caminho do amor existe uma paixão por tudo isso.
Igualmente existe um descobrimento de si mesmo neste mundo chamado Umbanda.
A princípio, é descobrir-se a si mesmo como alguém que pode viver sem dogma, tabu ou preconceito.
Da mesma forma, é descobrir-se a si mesmo sem limitações de paradigmas retrógrados ou de conceitos como o pecado.
Pois a Umbanda permite uma vida em liberdade para ser você mesmo, sem ter que imitar a alguém ou seguir padrões moralistas na tentativa de se tornar um santo.
A experiência de incorporar seus Guias espirituais lhe permite conviver com verdadeiros mestres da vida que lhe conhecem melhor que você mesmo.
Sobretudo, é incorporar um Guia e ter a oportunidade de ver o mundo por meio de seus olhos.
E isso é algo incrível, uma experiência profunda em sua alma e visceral em seu corpo.
Ao mesmo tempo, é sentir na pele a bondade e a paciência do Preto Velho.
Sentir na pele a força do Caboclo.
Sentir-se criança outra vez e se permitir viver estas experiências além do ego é algo transformador para nossas vidas.
É possível descobrir que há muito mais gente que nos ama além do mundo material.
Igualmente descobrimos que nossos Guias fazem valer a máxima de Cristo: amar ao próximo como a si mesmo.
Por fim, incorporar é viver isso.
Com efeito, nossos Guias nos amam e esta é a maior razão para eles se manifestarem por meio de nossa mediunidade.
Por consequência – e contrário ao que podem pensar algumas pessoas – eles nos ajudam sempre em primeiro lugar.
O Mestre Rubens Saraceni certa vez me disse que entre um problema e outro dos consulentes os Guias encaixavam os nossos problemas pessoais para serem resolvidos.
Assim, quando o médium alcança a maturidade de dar consultas e passes espirituais ele tem a oportunidade de ver pessoas com dificuldades iguais às suas se consultarem com seus Guias e acompanhar como eles tratam as dificuldades alheias.
Dessa forma, depois de uma sessão ou Gira de atendimentos de Umbanda parece que todos os nossos problemas ficam muito pequenos frente ao olhar espiritual.
Raramente um Guia lhe diz o que deve fazer de sua vida e de suas escolhas.
Posto que, ao contrário, eles ensinam a viver a sua verdade.
Para muitos ainda é algo vago ou abstrato o conceito de viver a sua verdade.
O que quer dizer estar com sentimentos, pensamentos, palavras e ações na mesma direção o que pode parecer simples mas não é.
O mais comum é viver com pequenas e grandes mentiras, enganar-se a si mesmo, viver uma realidade interna e outra externa.
Aliás, é também estar insatisfeito e se obrigar a fingir que está bem para agradar alguém ou preencher um pré-requisito social, familiar ou profissional.
Estes são apenas alguns aspectos do caminho do amor.
O caminho do encanto pela Umbanda e tudo que ela representa em nossas vidas.
Se os umbandistas vem pelo amor ou vem pela dor, o que realmente importa é como suas visões sobre a religião vão evoluir.
Afinal, todos serão bem recebidos, mas quem vem pelo amor já deu um passinho à frente.
Mas todos podem!
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Imagem: Lívia Mariáh Fotografia e Tupã Óca do Caboclo 7 Pedreiras