Pronto-socorro da fé: seremos sempre assim ou isso vai mudar?
Pronto-socorro da fé: seremos sempre assim?
Vemos um efeito interessante na religião de Umbanda.
Num dos últimos Censos realizados, a Umbanda apareceu como religião em declínio.
Isso mesmo: o numero de adeptos declarados da religião é insignificante para ser considerada uma religião de porte nacional.
Mas será isso que nós vemos na prática?
Temos um número cada vez maior de pessoas dentro dos Centros, Templos e Terreiros.
É só você visitar o Santuário Nacional de Umbanda, em Santo André (SP), num final de semana, e verá um número crescente de praticantes.
Será que nossos irmãos de outras religiões compraram tudo para também comemorar Cosme e Damião?
Falta o sentido da religiosidade.
A simplicidade faz com que a visão não se turve, não se distorça.
A exteriorização do Divino Criador é muito simples. Basta olharmos à nossa volta.
Praticar religiosidade é ter a religião também como filosofia de vida.
Conceitualmente, conhecemos as leis que regem o Universo, a Lei do Carma, a Lei das Reencarnações e muitas teorias que se codificam na prática, em verdadeiras escolas de vida.
Muitos procuram a religião de Umbanda quando necessitam de pronto-socorro, a solução rápida para algum problema.
E depois? Professam sua suposta fé na igreja (católica, evangélica, etc)?
E quando lhes é perguntado qual sua religião?
Respondem prontamente, Umbanda? Ou buscam fuga dizendo: ‘Ah, sou espírita…’ ou, ‘espiritualista’ ou até mesmo o absurdo ‘católico não-praticante’?
Imaginem só: ‘umbandista não praticante’ , somente pedinte…
Conclamo os umbandistas de verdade!
Aqueles que carregam a religião em seus corações, que amam a Umbanda Sagrada e lutam por seu sagrado nome, cada um de seu jeito, da sua forma.
A função de pronto-socorro da fé talvez sempre exista, mas temos que minimizá-la.
Dia desses, navegando pela internet, parei num site que trazia uma enquete mais ou menos assim:
A Umbanda deve ter seus procedimentos unificados ou deve continuar a ser praticada de diversas formas diferentes?
Se levarmos em consideração o surgimento da Umbanda a partir da manifestação do Sr. Caboclo das 7 Encruzilhadas, a Umbanda é uma religião muito nova, com menos de cem anos de concretização no plano material.
A Bíblia demorou alguns séculos para ser definida na íntegra como hoje é conhecida, como o Código do Cristianismo, mais precisamente da religião católica.
Unificar ou não só o tempo trará a resposta.
Não existe verdade absoluta, não nesse plano da vida.
Cada um tem seus procedimentos, mas a espinha dorsal é a mesma. Deus, Olorum, Zambi, são exteriorizações da mesma força criadora.
Isso é democracia! A liberdade de expressão da religiosidade.
A consciência é sede de tudo: limpe a consciência e terá unificado tudo. O bom templo de Umbanda é o bom médium.
O médium é um templo vivo. Onde estiver, lá estará sua religião.
Portanto, o médium deve ter preparo até sobre as palavras que usa, pois sem forte conhecimento, argumentação firme, suas idéias são facilmente abaladas.
Além disso, deve ter satisfação em ser um instrumento de Deus, apenas um instrumento (mesmo que, em várias ocasiões, sirva como pronto-socorro da fé)…
Não deve se arvorar em méritos que não lhe pertencem.
Sinta-se templo da religião: trate de limpar seu templo, areje-o, ventile-o, deixe-o aconchegante para a manifestação de seus Guias!
É necessário mudar o padrão de pensamento do médium e consequentemente do consulente.
O senso de religiosidade é a coerência.
Lembre-se de sua religião… Fé, Amor e Caridade!
“Se Jesus estivesse encarnado, hoje, não ensinaria nada diferente do que ensinou a 2000 anos”
Força e religiosidade a todos!
Foto: Bruna Prado/Casa de Caridade Caboclo Peri, Rio de Janeiro, 2016