Mediunidade na infância: amigos imaginários e mais
A mediunidade na infância é muito comum. E a comunicação com espíritos tende a aumentar à medida que as crianças aprendem a falar, embora os pequenos possam ver e ouvir “coisas” antes disso.
E não há motivo para alarde ou preocupação com relação a isso, pois na maior parte dos casos as crianças não têm medo daquelas presenças que veem e ouvem. Muitos até não conseguem entender como os irmãos, pais e outros adultos não veem o que eles estão enxergando. Como nesta fase eles ainda não entendem bem os conceitos de vida e morte, costumam encarar com ingenuidade estas manifestações, sejam elas eventuais ou constantes.
De maneira geral, a mediunidade na infância costuma ser positiva, sem sobressaltos. Para as crianças é quase como se o que elas veem e ouvem fosse real (no sentido do mundo físico), pois lidam com naturalidade com estas manifestações, tal como se lida com alguém que nos protege ou com alguém que nos trata como se fossem nossos amigos.
É comum vermos bebês rindo sem nenhum motivo e até olhando fixamente para algum ponto vazio com grande interesse. À medida em que crescem, tentam de alguma forma interagir com estas manifestações, primeiro tentando tocar nelas e, quando começam a falar, brincam com elas como se fossem “amigos imaginários”.
Segundo relatos que pesquisamos, as crianças podem enxergar espíritos protetores e amigos de vidas anteriores. Também podem “receber a visita” de parentes desencarnados e de espíritos que assumem uma fisionomia infantil para ter a amizade das crianças.
Na imensa maioria dos casos nada disso deve ser motivo de preocupação.
Mediunidade na infância e os amigos imaginários
Ainda segundo relatos pesquisados, é possível afirmar com grande chance de acerto que cerca de 40% das crianças demonstram em algum momento ter tido algum contato com amigos invisíveis ou imaginários. E se os pais ou algum parente próximo for umbandista já pensará que a criança deverá se tornar médium no futuro, não é? Calma, vamos devagar!
Nem todas se tornarão médiuns, seja de incorporação ou com alguma outra especificidade. Detectar uma mediunidade mais latente ou aflorada não é ciência exata e requer dar tempo ao tempo, como se costuma dizer. É aconselhável que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos a cada fase da infância.
E antes de pensar em mediunidade, a palavra chave aqui é comportamento: encare tudo com naturalidade, mas fique de olho em como elas agem, como se comportam de maneira geral. Mais vale observar se se as crianças estão saudáveis, felizes e ativas do que justificar alguma apatia ou sinais de tristeza continuada por conta de uma suposta mediunidade precoce.
Amigos imaginários, vozes, presenças, enfim, tudo o que foge das explicações científicas e de uma aparente normalidade deve ser encarado com serenidade. Converse, procure entender quando e como isso ocorre para saber como lidar.
E é como dizem: nem tanto o céu e nem tanto o mar.
As supostas manifestações mediúnicas não devem ser motivo de alegria extrema e nem de preocupação exagerada pelos pais e adultos. Evite confrontar a criança, sugerindo que ela está inventando ou mentindo. Mantenha o diálogo aberto e, caso sinta a necessidade, agende uma consulta com um especialista em psicologia para ter uma opinião profissional e descartar qualquer problema físico ou cognitivo.
Embora as ciências da mente (Psicologia, Psiquiatria, etc.) não considerem a mediunidade da mesma forma como a Umbanda e outras religiões espiritualistas tratam, estes profissionais sabem lidar bem com a manifestação de amigos imaginários na infância.
E se você frequenta um terreiro de Umbanda, leve seu (sua) filho (a) sempre às Giras para tomar um passe e até conversar um pouquinho com os médiuns incorporados.
O mundo espiritual não deve se sobrepor ao mundo físico e vice-versa; devem coexistir. E a presença dos pequenos nas Giras ajuda a manter a mente das crianças abertas à linda ritualística de Umbanda, evitando assim preconceitos e estranhamentos futuros.
Por fim, cabe aqui destacar a questão legal a respeito da presença e permanência de crianças nos Terreiros. O advogado e sacerdote do Templo Fases da Lua, Alexandre Vancin Takayama, ressalta que a Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990 tipifica que as crianças (pessoas até 12 anos de idade incompletos), só podem frequentar os terreiros com a presença dos pais. Já os adolescentes (pessoas entre 12 e 18 anos), devem estar acompanhados por um parente próximo desde que autorizado por um dos pais.
E você? Conhece algum caso de mediunidade na infância? Conte para nós!