Linha dos Ciganos não é Linha do Oriente na Umbanda. Entenda.

Linha dos Ciganos na Umbanda ainda carece de maiores esclarecimentos.

Uma das mais recentes, a Linha dos Ciganos passam a conquistar níveis na espiritualidade.

E o resultado é que surgem cada vez mais para trabalhar como Linha de Umbanda nos últimos 25 anos.

Esses espíritos que se identificaram com ritos presentes na prática de Umbanda acabam por se embalar pelo som dos atabaques.

Eles também se encantam com as cores dos Terreiros e, por fim, se rendem à dança e magia contida neles.

É importante esclarecer que antes de se firmarem na Umbanda já apontavam em alguns Terreiros.

Porém, essas manifestações individuais ainda não caracterizavam um grupo organizado dentro de um nível na escala evolutiva.

Não havia Gira de Ciganos, mas sim Ciganos incorporados em Giras de Esquerda, de Boiadeiros, de Baianos, etc.

Somente o fato de alguns médiuns manifestarem essas entidades ainda não concedia a esses clãs espirituais um espaço cativo.

Junto a isso também se somava o fato de que a mediunidade, de uma forma geral, ainda não se abria para esse grupo de espíritos.

Ao mesmo tempo, não havia uma autorização espiritual clara para que se apresentassem como Linha de Trabalho.

“Graças à seriedade dos seus trabalhos, à simpatia que conquistaram junto aos frequentadores, aos seus profundos conhecimentos magísticos e orientações sábias, os Ciganos ganharam Linha própria, na qual se apresentam seus clãs do Astral, com sua hierarquia.”

– Lurdes de Campos Vieira em Os Guias Espirituais de Umbanda e Seus Atendimentos

“Graças à seriedade dos seus trabalhos, à simpatia que conquistaram junto aos frequentadores, aos seus profundos conhecimentos magísticos e orientações sábias, os Ciganos ganharam Linha própria, na qual se apresentam seus clãs do Astral, com sua hierarquia.”
– Lurdes de Campos Vieira em Os Guias Espirituais de Umbanda e Seus Atendimentos

A Linha dos Ciganos traz em sua mensagem o ímpeto pelo desapego, pela liberdade, pelo amor e pela alegria de viver.

Mas desapego e liberdade não são característica fortes da Linha do Oriente?

Sim, e nesse momento precisamos ressaltar que LINHA DOS CIGANOS NÃO É LINHA DO ORIENTE.

Veja bem: a primeira não corresponde a um grau evolutivo e sim a uma tendência de espíritos (de cultura nômade/arquétipo cigano).

Estes se organizaram e ascenderam formando suas hierarquias.

Posteriormente esses espíritos vão receber o aval da espiritualidade para se configurar como Linha de trabalho.

E só então passam a se manifestar dentro da Umbanda de maneira mais ordenada.

Sendo assim, essas Linhas contém espíritos diferentes.

Eles se manifestam de maneiras diferentes, com propósitos diferentes e que surgem também em momentos distintos.

Já a Linha do Oriente traz o desapego a concepções já enraizadas no homem ocidental.

Traz também a liberdade desses apegos sociais e emocionais para uma vida mais voltada para o encontro com a espiritualidade e o divino sagrado que se encontra em você.

[Árabes, hindus, chineses, entre outros já se manifestaram, mas é uma Linha ainda a ser desenvolvida]

A Linha dos Ciganos vem para reavivar no ser a cultura de liberdade no sentido mais prático do termo, que está presente no caráter nômade de determinados povos.

“Aquele povo que tinha uma relação com a natureza que é uma religião natural e que conhecemos como paganismo, agora tinha que ser convertido.
Isso foi gerando uma pressão muito latente, até que explode…
Isso aconteceu simultaneamente em várias partes do planeta.
Houve uma revolução, uma rebelião e uma rebeldia de muitos indivíduos que buscaram romper com esse sistema e decidiram por a “trouxa” nas costas e sair mundo à fora.”
– Rodrigo Queiroz

Liberdade e Alegria de Viver!

Essa explicação justifica a existência de ciganos de diversas etnias.
E é também esse conceito que a Linha traz muito forte em sua manifestação.

A liberdade de crença e a mística sincrética dos oráculos ciganos, tal como as cartas, a quiromancia, o oráculo de moedas, as runas, etc, são o maior símbolo dessa fusão de credos.

Toda essa forma de entender a vida faz do atendimento com o Povo Cigano um bálsamo pra alma.

A liberdade se refere ao ato de se libertar de circunstâncias que já não te fazem bem.

As frustrações que vão pesando o espírito e acabam se tornando um fardo então recebem esse axé que vem para trabalhar nesses sentidos.

“Se você se encontra numa situação ou num lugar em que não está feliz,
você tem que se rebelar e romper com isso, porque você é livre.
Você é livre para pensar, você é livre para agir.
Livre arbítrio, é disso que a gente está falando, precisamos fazer o uso desse

livre arbítrio, então, o Povo Cigano traz essa manifestação para dentro do Terreiro.”
– Rodrigo Queiroz

Por esse motivo, normalmente no atendimento da Linha dos Ciganos não é frequente o manejo com trabalhos mais densos, como quebra de demandas por exemplo.
É mais comum vê-los ensinando fazer determinada simpatia, dando elementos para que a pessoa mesmo manipule.

“Eles gostam de cuidar de questões profissionais, econômicas e também emocionais, porque é o que mais nos aprisiona hoje em dia, é o que mais nos torna escravos, então eles tratam disso, tem uma vocação para cuidar disso”, explica o sacerdote.

Há muito mais o que saber sobre a Linha dos Ciganos na Umbanda.

E uma boa indicação de leitura é “Os Ciganos na Umbanda”, de Alberto Marsicano e Lurdes de Campos Vieira.

Optchá! Arriba!

Tags:
>
-