Iemanjá e badulaques: como é a verdadeira fé na Criação Divina?

Iemanjá e badulaques diversos continuam sendo palavras pronunciadas numa mesma frase. Nas homenagens e comemorações a Iemanjá – seja em dezembro ou em fevereiro, de acordo com a tradição de cada localidade – uma das preocupações é assistirmos multidões vestindo branco levando barcos de madeira, isopor e outros materiais para entregarem a Iemanjá, direto no mar.

E não importa a pandemia ou distanciamento social, pode crer: se é dia de Iemanjá vai haver sim aglomeração em alguma praia no Brasil, pode escrever!

Voltando ao tema “Iemanjá e badulaques”, além dos barquinhos, um grande número de objetos como pentes, sabonetes e outros adereços feitos de materiais não biodegradáveis são depositados nas praias não apenas pelo povo de santo como também por simpatizantes, que pouco entendem sobre a Orixá da Criação ou sobre ritualística de oferendas e entregas.

Iemanjá é Orixá na Umbanda e uma das mais cultuadas em todo o Brasil. Sua principal atuação se dá no campo da Geração, ligado à própria manutenção e continuidade da vida como um todo.

É por este motivo que Iemanjá é também chamada Mãe da Vida ou ainda a Rainha do Mar. De acordo com a ciência e com os estudos evolucionários, é da água que surgiram os seres vivos do planeta Terra, sendo então Iemanjá associada ao surgimento da vida de uma forma mais ampla.

Este aspecto geracional de Iemanjá é também representativo das forças criativas que todo ser humano traz consigo. Assim, atua sobre nosso mental para que possamos gerar novas ideias, invenções e soluções criativas a todo tempo e lugar, amparando esta nossa capacidade no dia a dia sempre com o intuito de crescimento e expansão.

Cada um de nós pode obter Seu auxílio, desde que busque e vibre esta energia espiritual irradiada por Ela.

Iemanjá e badulaques: eles são necessários?

Dito isso, sinto dizer, de nada adianta associar Iemanjá e badulaques, pois sua criatividade não será amplificada se você oferecer espelhinhos ou pentes de plástico para a nossa Grande Mãe. Ela não precisa de nada disso!

Vamos então falar de um assunto muito importante: como “agradar” Iemanjá em seu dia comemorativo?

Nas lojas de artigos religiosos, além dos tradicionais barquinhos, encontramos taças, champanhes, além dos tradicionais kits de Iemanjá. Mas tudo isso é matéria, se tornará lixo em nossos oceanos e com certeza não irá agradar nossa Mãe. E saibam que não se trata de colocar a fé de ninguém em dúvida, tampouco menosprezar tradições. Isso tem a ver com a forma que manifestamos nossa devoção e não com o conteúdo da nossa fé.

O mar (praias e oceanos), as matas (bosques e florestas), a Terra (mangues, solo), as cachoeiras (rios e riachos), enfim, são pontos de força naturais para a Umbanda.

Assim, se sujarmos as praias e oceanos nós estaremos indo contra a própria vibração divina de Iemanjá, além de contribuir para a destruição da biodiversidade marítima.

Então como agradar, agradecer, pedir ou oferendar a Iemanjá?

Comece sendo uma pessoa do bem. E se quiser presenteá-la, escolha itens orgânicos (flores, ervas e alimentos). Alfazema (só o líquido). Pétalas de rosas (sem espinhos). Barquinhos, prefira os feitos de folhas de plantas e, o mais importante: muita fé, oração, palmas e cantos.

Todo tipo de oferenda ou presentes para Iemanjá começa primeiro na intenção, no mental, que transborda de dentro para fora. Amor e respeito pelo meio ambiente é sinal de amor e respeito pelos Orixás!

Tags:
>
-