Firmar a cabeça: o que é e como fazer

Firmar a cabeça na Umbanda pode parecer, à primeira vista, algo complexo e cheio de regras, mas passa longe disso. O significado de firmar a cabeça nada mais é do que um pedido de concentração, uma ação direcionada do médium para que a incorporação mediúnica seja mais eficaz. E isso pode ocorrer antes e até durante o trabalho mediúnico propriamente dito.

Essa concentração irá assegurar mais do que a incorporação em si, mas também a qualidade do trabalho desenvolvido nas Giras e trabalhos internos no Terreiro. Por isso esse termo é comum no linguajar de muitos Terreiros e até entre as entidades de Umbanda pois, na verdade, é um alerta aos médiuns que não estabelecem as conexões necessárias para que aconteça uma incorporação com qualidade.

Muitos tem dificuldade de incorporar; o medo, incertezas e dúvidas são, na verdade, o resultado da sobreposição dos pensamentos do médium sobre a “mente espiritual” do Guia que se acopla no momento da incorporação. Assim, as influências negativas dessa condição não impactam somente no momento da incorporação, pois podemos perceber que já existe uma falta de autocontrole prévia do médium sobre sua própria mente, que pode gerar também outros males em seu dia a dia.

Meditação pode ajudar a firmar a cabeça

Por isso, uma das práticas mais indicadas para quem quer firmar a cabeça é a meditação. Quando falamos de meditar não quer dizer que o médium precisa ficar uma hora do seu dia fazendo o “Aum (ॐ)” tal qual fazem crer os filmes e o imaginário popular. Dez minutos que se reserve para a prática de parar para respirar, se auto-observar e analisar seus pensamentos, já trará bons resultados para o momento da incorporação. O mindfulness é uma prática a ser considerada, sobretudo para quem vai iniciar a meditar.

Com o tempo, o médium de Umbanda pode ir aprimorando as técnicas e a duração da sua meditação. Além disso, pode também mentalizar durante todo o dia da Gira o ambiente do Terreiro, o seu cheiro, as pessoas, o congá, a música, os pontos tocados no atabaque dentre outros aspectos que remetem ao ambiente sagrado de manifestação de Guias e Orixás.

Desta forma, mesmo cumprindo suas funções diárias normais (trabalho, estudo, etc.) o médium já irá estabelecendo uma ligação mental com a espiritualidade antes mesmo do rito acontecer. Por essas e outras, firmar a cabeça está mais para uma autodisciplina do que para qualquer outra coisa na qual as pessoas possam imaginar.

Se você duvida ou quer saber se o que foi dito até aqui é verdade, fazemos um convite: apenas tente.

Uma boa sugestão é reservar de 10 a 15 minutos do seu dia, pela manhã ou à noite, para se concentrar, sentir a própria respiração, prestar atenção e escutar o som do seu coração batendo, os seus órgãos internos trabalhando. Siga sua mente e veja para onde ela está indo, observe seus pensamentos, deixe-os virem e passarem. Acalme-se.

Se preferir coloque um mantra ou sons da natureza para ouvir. Não durma e não deixe que as preocupações tomem o foco dos seus pensamentos. Faça isso todos os dias e fique atento a mudanças, tal como a expansão na capacidade de concentração e no êxito em “deixar vir”.

E você? Já tentou meditar? Conte para nós o que sentiu!

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