Espírito não envelhece? Entenda

Espírito não envelhece? Permanece sempre o mesmo?

Estavam no final de uma Gira de Pretos Velhos e a médium, já antiga de Casa, após a incorporação dos Erês, pergunta para sua Mãe Pequena:

– Mãe, o espírito não envelhece?

Então sabiamente a Mãe Pequena responde:

– Não, o espírito evolui. Por que a pergunta?
– É que a Nina veio mais calma, menos chorona. Parecia mais velha.

Assim, esta pequena passagem de final de Gira nos permite uma grande reflexão.

Vivemos num mundo de formas e impermanências. Tudo tem uma forma, porém tudo envelhece, tudo muda, nada é permanente.

Começamos a envelhecer no momento em que nascemos. A matéria envelhece. Nada resiste à ação do tempo. O espírito não é matéria, pelo menos não da forma como conhecemos.

Portanto, não fica sujeito à ação do tempo.

Outro dia publiquei um artigo chamado Teoria da Vida Eterna, no qual procurei deduzir de maneira lógica a afirmação do Pai Maneco de que o tempo no espaço não existe.

Assim, comprovada esta afirmativa fica fácil entender por que o espírito não envelhece. Simplesmente porque ele não está sujeito à ação do tempo.

Mas se ele, o espírito, existe e não envelhece, então deduzimos que ele evolui. Foi brilhante nossa Mãe Pequena na simplicidade de sua resposta.

Então, como explicar a mudança de comportamento do Erê, que antes se apresentava sempre chorona e agora vem com uma roupagem diferente?

Parece-me que isto está muito mais relacionado à evolução do médium do que propriamente a evolução do espírito. Alguns meses ou até anos no tempo da Terra nada significam para a evolução do espírito, mas muito representam para o desenvolvimento do médium.

Alguns anos de assiduidade, disciplina, observações, estudos, pesquisas, troca de informações, debates, transformam um médium. É o preparo que faz a diferença.

Considerando que a mediunidade está presente em todos os seres encarnados variando apenas em grau, aqueles que desejarem com fervor desenvolver este dom e forem perseverantes em seu preparo, certamente conseguirão resultados significativos.

Pois o espírito não envelhece: evolui.

A isto chamamos de “desenvolver a mediunidade”. Participar ativamente dos trabalhos no Terreiro, observar com atenção os fenômenos que ocorrem na Gira. Aprofundar-se nos mistérios da mediunidade por meio de leitura sadia.

E, acima de tudo, afinizar-se com o mundo espiritual criando em torno de si um clima de respeito, pureza de pensamentos e boas intenções, suprimindo qualquer sentimento de orgulho ou vaidade, são fatores que nos aproximarão dos seres espirituais pela afinidade de pensamentos e desejos.

Esta aproximação será comprovada por intuições mais objetivas, boas incorporações, comunicações sadias, consultas proveitosas e caracterizarão o médium hoje, muito mais desenvolvido do que há alguns anos.

O médium envelheceu, mas também evoluiu e as incorporações jamais serão as mesmas. A entidade terá no médium muito mais subsídios para o bom trabalho do que quando este não tinha dentro de si o conhecimento necessário para bem servir aos espíritos.

Um espírito elevadíssimo poderá manifestar-se através de um médium ignorante, porém encontrará dificuldades imensas para comunicar-se por meio dele.

Espíritos elevados requerem médiuns elevados em cultura, conhecimento e sentimentos. Espírito não envelhece: ganha conhecimento e complexidade.

Dessa forma, para adquirir cultura e conhecimento é fácil: basta força de vontade. Para elevar o sentimento é difícil, pois é preciso muita força de vontade e dedicação.

Infelizmente devo advertir aos médiuns que a elevação dos sentimentos é o fator mais importante para o desenvolvimento mediúnico.

Qual o caminho para a elevação?

A caridade tal qual definida na questão 886 do Livro dos Espíritos: benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão às ofensas. Pratiquemos meus irmãos.

Estou nessa também e certamente nos tornaremos médiuns melhores, seres humanos melhores. E, se um dia Ana, alguém te perguntar:

– Mãe, o espírito pensa?

Responda com a mesma simplicidade.

– Não, o espírito é o pensamento.

Axé!

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