Energia pessoal: você está usando da forma correta?
Energia pessoal, como o próprio termo evidencia, só diz respeito a você. Por mais que pareça algo óbvio, vivenciamos e presenciamos diariamente pessoas próximas a nós (e até nós mesmos) agindo de maneira errada com os que estão à nossa volta.
E tudo começa aí, dentro de casa, seja você pai ou mãe, avô ou avó, filho ou filha. Em maior ou menor grau, todos nós sentimos que temos responsabilidade sobre um ou mais familiares. “E temos mesmo!”, dirão muitos.
Sim, verdade. Mas esta responsabilidade, este necessário cuidado com quem nos é mais próximo deve ter um limite. Somos todos indivíduos e temos que tomar decisões a todo momento sobre nossas vidas: quando acordar, quando sair, o que comer, o que estudar e por aí vai. Tomamos milhares de pequenas decisões por dia, a todo instante, quer tenhamos ou não consciência disso.
É claro que pessoas com necessidades especiais, idosos com interdição judicial, menores de idade e alguns outros casos específicos requerem tutores e responsáveis legais. E isso, necessariamente, consome uma grande quantidade de atenção, consumindo nossa energia pessoal em prol destes que necessitam de nossos cuidados e amparo.
No entanto, o que queremos discutir aqui é o quanto nos sentimos responsáveis de forma errada ou demasiada por pessoas “normais” à nossa volta.
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Excesso de preocupação com os outros é mais do que doar nosso tempo em favor destes: é doar energia pessoal além da conta.
Somos seres físicos, espirituais e energéticos. Somos, ao mesmo tempo, de carne e osso, temos o Divino dentro de nós e também a capacidade de gerar uma grande capacidade de energia, usada para nos mantermos vivos mas também para nos conectarmos com tudo à nossa volta. E quanto mais fazemos isso, mais nos conectamos com as energias disponíveis próximas de nós.
Energia pessoal: uma via de mão dupla
Nestas situações, duas coisas podem acontecer. Se estivermos muito tristes, apreensivos, fracos, etc., e os que estiverem à nossa volta nos derem atenção em demasia, tomando para si nossas “dores”, é provável que rapidamente nos sintamos bem melhor.
Por outro lado, se acontecer o contrário, seremos nós, os doadores de energia, que possivelmente nos sentiremos exauridos, cansados, quase como se tivéssemos feito uma “transfusão energética”.
E isso ocorre porque a maior parte da nossa força vital deve ser direcionada para nós mesmos. Não estamos aqui para assumir a responsabilidade por quem quer que seja.
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Não somos e nem devemos ser donos dos passos alheios e nem orientadores de suas escolhas. Na jornada terrena, cada um tem o seu mérito, seu nível de evolução e seus aprendizados a conquistar. E nisso não podemos interferir.
Tentamos cuidar do outro a fim de que ele não venha a sofrer dores e angústias. Queremos e desejamos que trilhem caminhos mais fáceis, mas assim evitamos que aprendam com as dificuldades. Doando nossa energia pessoal em demasia impedimos que essas pessoas criem suas próprias defesas, o que pode leva-las a incorrer nos mesmos erros num futuro próximo.
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Ou seja, não devemos evitar que cada um colha de acordo com o seu nível de ação e consciência.
Quando soltamos alguém, tendo a consciência de que não somos seus pais e mães, tampouco seus donos, o libertamos para que ele possa crescer. Assim, passamos a crescer ainda mais também.
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O maior ato de caridade que podemos ter com o outro é deixá-lo livre para que ele seja quem ele é, para que faça suas próprias escolhas e para que receba de acordo com a sua consciência.
Ajude com aconselhamentos, motivação, apoio. Ofereça o peixe quando o outro estiver tão fraco que não consiga fazer por si mesmo. Mas, no momento seguinte, ensine-o a pescar. Nada melhor do que nos tornarmos seres interdependentes, que escolhem viver em comunidade, guardando para si suas individualidades (e sua energia pessoal, é claro)!