Umbanda branca ou Umbanda negra?

Umbanda branca ou Umbanda negra? Existe isso?

Pois muitas pessoas, ao nos procurarem para saber sobre o funcionamento do nosso Terreiro, me perguntam: vocês praticam a Umbanda Branca?

Aliás, isso nos causa estranheza. Pois não conhecemos nenhuma umbanda negra…

Com o tempo, constatamos que se popularizou esse termo, como se a Umbanda Branca fosse do Bem e as outras não.

Assim, o que define sua sacralidade é o trabalho que é realizado e não as denominações que dão às suas várias vertentes.

Umbanda é Umbanda e ponto. Igualmente, não existe o oposto da “Umbanda Branca”. Pois na nossa religião não se faz o mal em nenhuma hipótese.

Acima de tudo, costumamos dizer que cada Terreiro é um reino, e as influências do dirigente e sua egrégora é que define, por exemplo, as cores dos trajes que serão ali adotados.

Da mesma maneira, outro equívoco é dizer que vestir branco é sinônimo de humildade. Porque não tem absolutamente nada a ver, pois a cor que se veste não define absolutamente nada.

Nós, no T.U. Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pelintra, adoramos o Terreiro todo colorido. A princípio, não vemos problema algum.

Não condenamos quem usa apenas o branco e, sinceramente, não acreditamos que seja algo relevante dentre tantas outras prioridades…

De tal forma que a verdade é que as pessoas gostam de rotular tudo e todos; e com as religiões não seria diferente.

Assim como o fato de que na “Umbanda Branca” não teria matança…

Antes de mais nada, só para começar, o termo matança se usa em frigoríficos. Pois no contexto religioso/ritualístico o termo correto é sacrifício, que significa ‘sacro-ofício’.

Portanto, sagrado.

Boa parte dos sacerdotes de Umbanda ainda são sim iniciados nos Orixás pelo Candomblé, por exemplo. E qual é o problema?

Engraçado que essas críticas venenosas vêm de pessoas que se empanturram de carne nas churrascarias, isto sim, fruto de matança.

No entanto, não é nosso objetivo fazer apologia ao que quer que seja, nem induzir ninguém a nada.
Mas sim levantar a bandeira de que, desde que se pratique o Bem, não importa o tipo de Umbanda que se vivencia.

Se você não concorda com o que é praticado em determinado Terreiro, seja como filho ou como consulente, simplesmente não vá.
Mas não julgue.

Se tem ou não Orixá, se faz ou não camarinha, se canta Pontos em português ou em Iorubá, se “despacha” Exu no começo ou não…

Se usa fumo e bebida ou não, nada disso importa para quem precisa, importa se ele/ela foi ajudado ou não.

Não existe Umbanda melhor: existem médiuns melhores, mais preparados. Pessoas que estudam, que não param no tempo, que evoluem, que entendem as mensagens das entidades, que praticam o que aprendem, que amam a Umbanda.

Não há como amar a Umbanda e não amar o próximo, pois a Umbanda existe por um único motivo: ajudar, ajudar e ajudar.

E não se pergunta, quando você vai na assistência de um terreiro, qual a sua religião, se você é “católico branco”, “espírita branco” ou coisa parecida.

Não haverá evolução e ascensão enquanto dogmas tolos e ultrapassados nortearem os passos da humanidade.

De hoje em diante, se te perguntarem se você é da Umbanda branca, responda simplesmente:

– Sou da Umbanda, e a Umbanda é uma só!

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