Tipos de mediunidade: consciente, inconsciente e mais
Tipos de mediunidade, antes de serem mencionados, requerem um esclarecimento.
A mediunidade é uma ferramenta das mais importantes para o aprimoramento moral e ético do ser humano.
Desde seu surgimento, a mediunidade sempre suscitou questionamentos e incertezas.
Alguns por incredulidade e outros por total desconhecimento do que realmente é.
Poucos detentores do saber mediúnico acabaram por tentar blindar essa possível difamação – ou questionamento – sobre a mediunidade colocando uma aura de mistério e segredo.
Dirigentes espirituais e outros tantos criaram várias histórias e mitos, colocando os mais diversos tipos de mediunidade como um dom, uma escolha altiva e assim por diante.
Longe disto, estão disponíveis para todos nós, conforme cada um precisa.
Claro que não se manifestam da mesma forma em todos e também nem se manifestam ostensivamente em todos.
Os tipos de mediunidade mais icônicos são a de psicografia e de incorporação.
Ambas nos dão a possibilidade de trazer mensagem dos desencarnados de uma forma muito ágil e direta.
A psicografia ainda pode ser utilizada para criação de conteúdo literário e manifestação dos entes que já foram.
Já a incorporação é um aconselhamento direto e conclusivo, na maioria dos casos.
Em vários aspectos, os dois tipos de mediunidade citados tem muito em comum.
Principalmente o fato de ambas poderem ocorrer de maneira consciente.
Ou seja: o médium acaba transmitindo as comunicações – escritas ou verbais – tendo conhecimento prévio da mesma ou através de uma inspiração superior.
Essa inspiração difere completamente de uma intuição comum.
Quem já passou por um transe mediúnico sabe muito bem como são diferentes.
De fato, atualmente quase a totalidade das pessoas que possuem algum grau mediúnico é consciente.
Alguns ainda se acusam semiconscientes, mas dentro dos meus estudos é apenas um reflexo da desordem ocasionada pela superstição quanto à mediunidade.
Ou até mesmo um infeliz acontecimento, falácia, para justificar e proteger o médium.
A mediunidade consciente é aquela em que o médium está ciente o tempo todo, de toda a comunicação, das suas impressões físicas e afins.
Por exemplo, um médium incorporado de um espírito que segura uma vela, irá sentir o calor da chama, a textura da parafina e ainda assim várias outras experiências sensoriais.
Contudo, verá que sua mão descreve um movimento contrário – ou além – da sua vontade, apesar de que o médium pode – já que seu corpo é sua propriedade – impedir a manifestação e assim bloquear o movimento, sem maiores problemas.
A questão é se deixar levar.
Durante a consulta mediúnica, o médium deve priorizar o transe, esquecendo-se dos problemas ao seu redor e da manifestação dos outros.
Preocupando-se totalmente da sua mente – casa do espírito – para que ela seja um local propício para a manifestação de uma entidade superior, mesmo que através de uma incorporação inspirada.
O espírito usará, claro, de conhecimentos do médium – nesses casos – e até mesmo é possível que o médium passe à frente da entidade em alguns momentos.
Porém, aqui não há malefícios nessa feita, desde que o médium esteja respeitando o consulente e a entidade incorporada, permitindo que a mesma trabalhe a maior parte do tempo.
Quando incorporados, é como se estivéssemos criando uma terceira entidade.
O espírito sugestionando o aparelhamento mental do médium – assim como o físico – impele a criação de uma terceira personalidade.
Não é o médium e não é o Guia, mas sim um conjunto médium-entidade, que dá a consulta espiritual.
Por isso é de extrema importância o estudo para o médium e quando me refiro a estudo estou dizendo o estudo MORAL, além do intelectual.
Cursos de fundamentos são questões intelectuais.
Agora estudar o Evangelho é outro aspecto: é aprimorar as características morais do médium para que a consulta seja feita de forma mais sutil e com profundidade nas palavras.
Mas como saber se estamos realmente em um transe mediúnico?
Bom, isso é muito pessoal.
A princípio podemos destacar a total ausência de algumas manifestações biológicas.
Exemplo: vontade de ir ao banheiro, sensibilidade à temperatura ambiente (não se sente calor e não se sente frio, a ponto de incomodar), ausência de dor ou cansaço durante o transe e outras coisas mais.
Geralmente os médiuns citam que sentem uma força movendo seus membros, como a resistência que há na água ao tentarmos nos mover, porém nem todos possuem a mesma sensação.
Isso se deve prioritariamente ao estilo de incorporação que ocorre.
Alguns Guias se manifestam apenas mentalmente, ou seja, emanam suas manifestações mentais à distância até chegarem ao seu mental (do médium) e assim conduzem seu ‘cavalo’.
Desta forma, sentimos uma ‘fraqueza’ do Guia quando o médium não está consciente de que sua mediunidade é desse tipo.
Quando o médium entende o seu dentre os tipos de mediunidade e o aceita (essa é a parte difícil), essa fraqueza some e dá lugar a consultas incríveis.
Outros Guias já se manifestam de forma mais presencial.
Assim, aproximam seus corpos espirituais do duplo-etéreo do médium, fazendo o chamado acoplamento áurico.
Sei que alguns devem estar lendo essas linhas e se questionando:
– Então todos podem incorporar desta forma?
– Não existe mistificação então.
– Os médiuns inconscientes são mais poderosos?
Para as três perguntas a resposta é sempre: depende!
Não exatamente dos tipos de mediunidade, mas do médium e da sua relação com ela.
Não podemos dizer que um médium inconsciente é mais forte ou mais fraco: ele é apenas diferente na manifestação.
Além de raros, possuem um perigo em sua destinação mediúnica.
Por serem inconscientes podem dar passagem a entidades negativas, de forma inconsciente também.
Imaginem o estrago que um médium deste pode causar.
Já quanto a mistificação e poder incorporar, não é bem assim.
Existe sim mistificação e ela se dá quando o médium – conscientemente – finge que está incorporado.
Se o mesmo não tem essa noção ou consciência, ele ainda assim pode estar mistificando.
Porém, não é tão grave e com o passar do tempo e da educação mediúnica, poderá sair dessa situação.
Mas se ele não possuir a mediunidade de incorporação e ainda assim estiver manifestando incorporações, podemos ficar alertas.
Pode se tratar de uma possessão espiritual – sempre perpetrada por entidades negativas – ou mesmo uma manifestação anímica, que pode ser gerada pela autossugestão ou hipnose.
De qualquer forma, a melhor regra para seguir quando incorporado é o discernimento.
O Baiano Severino sempre me diz, nas minhas inseguranças mediúnicas:
Não se atenha muito ao fenômeno e sim ao resultado.
Se um consulente sentar na minha frente e sair melhor, então é mediunidade e ele (Severino) tem o crédito.
Se ocorrer o inverso ou a pessoa não for atendida a contento ou até mesmo se acabar falando alguma besteira, então aí é animismo e sou eu (médium).
Então, se acertamos é a espiritualidade que tem o crédito; e se erramos, somos nós que possuímos o ônus.
Se ficarmos com essa regra em mente, fatalmente não iremos incorrer na prepotência da supermediunidade e nem teremos vergonha de nos reconhecermos como médiuns conscientes.
Por isso é tão importante conhecermos os tipos de mediunidade e como se manifestam.