Orixás Cósmicos e Universais: o que são?

Orixás cósmicos e universais é uma classificação que requer atenção.

A saber, a classificação dos Orixás por Cósmicos e Universais está intrinsecamente ligada a forma de atuação de cada uma dessas divindades em nossas vidas.

Assim, essa forma de conceber e entender os orixás do panteão umbandista tem origem nos estudos concedidos a Rubens Saraceni por Pai Benedito de Aruanda, seu mentor espiritual.

Dessa forma, neles compreende-se a interpretação da função que cada Orixá desempenha na vida dos seres e como isso se relaciona com o conceito de Sete Linhas de Umbanda.

Bem como, segundo Saraceni, são a manifestação das sete vibrações e/ou sete sentidos da vida que emanam de Deus.

Portanto, a organização, de acordo com esse estudo, irá estipular dois Orixás para cada Linha de Umbanda.

Igualmente estes irão reger o mistério (Trono) no qual estão assentados.

Dessa maneira, para cada Linha tem-se um Orixá que irradia a natureza feminina da Criação e outro que irradia a natureza masculina dela.

Alexandre Cumino fala sobre essa maneira de entender as sete Linhas.

Ele explica que é certo que existem mais formas de se nomear ou considerar os Orixás.

Por exemplo.

Nestes estudos concedidos a Rubens Sararceni não encontramos Ossaim, que para algumas casas é o Orixá das matas e florestas.

Mas isso não quer dizer que ele não exista.

Aliás, apenas significa que se encontra inserido dentro de um dos mistérios que mais refletem sua forma de atuar.

Assim, no caso de Ossaim podemos associa-lo à Linha do elemento vegetal onde nesse esquema está representado por Oxóssi e Obá.

Para essa afirmação, Cumino argumenta:

“Não quer dizer que só existem esses Orixás, existem muitos outros Eles também podem ser colocados nessas sete vibrações”.

Rubens Saraceni também falou sobre essa questão.

Embora não se tenha todas as correspondências – leia-se nomes de Orixás que sejam reconhecidos dentro desse esquema – ainda temos que levar em consideração os Orixás desconhecidos por nossa cultura.

E (ou) que já perderam suas referências de culto com o passar dos anos.

Mais uma vez lembramos que pensando nestas dificuldades de conhecer, estudar e cultuar os Orixás, os mentores de Rubens Saraceni apresentam a opção de estudar 14 Orixás distribuídos aos pares nas Sete Linhas de Umbanda e identificamos eles como: “universal” ou “cósmico”

– Alexandre Cumino

Orixás universais

Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluayê e Iemanjá.

A saber, esses sete Orixás carregam consigo um aspecto em comum: todos desempenham a ação amparadora do ser.

Mas o que isso quer dizer?

Na prática entendemos isso quando realizamos ações positivas em prol do bem de alguém, de si ou de todos.

Portanto, no momento em que estamos equilibrados e zelosos em nosso viver recebemos a irradiação dos Orixás universais.

Estes, agem potencializando e sustentando nossas qualidades.

Por exemplo.

Alguém que desenvolve dentro da sua profissão, seja qual for (ninguém precisa ser super herói) algo com que se orgulhe.

Então, pelo simples fato de desenvolver isso pautado nos princípios de integridade e honestidade, essa pessoa contará sempre com a irradiação dos Orixás universais sob sua vida.

E para cada caso podemos relacionar um Orixá de acordo com a Linha que Ele pertence.

Por exemplo, os Pais ou Mães de Santo.

Estes sempre receberão as irradiações de Pai Oxalá que é o Orixá universal regente do mistério da fé.

Da mesma maneira, essa atuação também é considerada passiva.

Pois esses Orixás não mudam o curso de nossa ações, mas sim cuidam para que essas permaneçam fortes e ativas.

“Irradiam-se em todos os padrões vibratórios e chegam a todos que vibram positivo. Quando alguém está vibrando positivo em algum sentido da vida estará amparado pelo Orixá Universal correspondente. O Orixá Universal ao identificar este positivismo como uma virtude em seu campo de atuação irá agir de acordo com a necessidade e o livre arbítrio da pessoa positivada.”

– Alexandre Cumino

Orixás cósmicos

Logunan (Oyá-Tempo), Oxumaré, Obá, Oroiná (Egunitá), Iansã, Nanã e Omulu.

Decerto, a esses Orixás está a incumbência ou a natureza absorvedora.

Que é a que cuida de quem está em desalinho em algum sentido da vida.

Por exemplo Mãe Iansã é a Orixá cósmica assentada no sentido da justiça.

Assim, sua função está em colher os seres fora da lei divina e com seu magnetismo alterar seu emocional, mental e consciencial.

Sendo assim, os seres que sentem as vibrações de Iansã são estimulados a ficar mais emotivos ou fragilizados com as situações.

Então, desta forma, é um ser mais suscetível ao redirecionamento correto.

Os Orixás Cósmicos nos redirecionam a novos caminhos e mudança de ação e comportamento, por isso são considerados ativos em sua forma de atuar.

– Alexandre Cumino

Portanto, a principal atribuição dos Orixás cósmicos está na vida de quem possui um comportamento desregrado ou desequilibrado.

Porém, eles também agem reparando, restaurando e retificando nossas ações positivas.

Agem também em conjunto com os Orixás universais em prol do equilíbrio de nossos sentidos.

Dentre essas ações nós também veremos uma outra atribuição que também confere aos Orixás universais que são seu magnetismo paralisador.

Rubens Saraceni aponta no livro Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada a seguinte frase:

“Quando não é possível reconduzir o ser à linha reta da evolução, então o Orixá cósmico pode paralisa-lo a fim de esgotar todo o seu negativismo”.

Alexandre Cumino exemplifica isso em aula dando o exemplo do fanático religioso.

A saber, este não é nenhuma qualidade e muito menos algo a se orgulhar.

Mas para alguém que já se encontrava em uma situação de vício e que era um constante perigo aos demais, o fanatismo pode ser uma “troca de vício” menos prejudicial.

É comum encontrarmos histórias de pessoas que saíram de uma vida desequilibrada, seja em razão de vício em bebidas ou entre inúmeras ações negativas e que encontraram na religião um “novo vício”.

Assim, deixam para trás aquela vida, para de agora em diante se dedicar em mostrar que a sua verdade é a única.

Sem entrar no mérito de que isso seja algo muito distante do saudável, o que o sacerdote exemplifica é que se alguém substitui o vício em drogas pelo vício em religião ele pode nesse segundo ainda encontrar uma via de melhora.

Então, por fim, poderá entender o sentido de se ter uma fé sadia.

Mas no primeiro não há nenhuma chance daquela situação se tornar algo benéfico.

É desta forma que podem agir os Orixás cósmicos paralisando o ser em um vício a fim de esgotar todo o seu negativismo.

O Orixá Cósmico ao identificar este negativismo como um vício em seu campo de atuação irá agir de acordo com a necessidade e o livre arbítrio da pessoa negativada.

“O Orixá Cósmico tanto pode manter a pessoa no vício por alguma razão que lhe dê sentido ou pode atuar no sentido de afasta-lo deste vício o que pode se realizar de forma tranquila ou brusca dependendo da situação.”


Alexandre Cumino

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