História de Ganesha e sua importância
História de Ganesha é fundamental para entender suas características.
Ganesha pertence à família dos deuses mais populares do Hinduísmo.
Assim, ele é o primogênito de Shiva e Parvati. Shiva é a terceira pessoa da trindade hindu.
Aliás, é o Deus da renovação: destrói para construir algo novo (transformação).
Ele é o criador da Yoga.
De outra forma, Parvati é a filha dos Himalayas.
Deusa da beleza, mãe bondosa e mulher devotada.
Assim, Shiva tem alma aventureira e adora viajar montado em sua vaca branca, Nandi.
Infelizmente, os lugares que ela mais gosta são as montanhas inacessíveis e perigosas.
Da mesma maneira, adora crematórios, mas sua paixão é a meditação e a Yoga.
Quando pratica a Yoga, nem mesmo um terremoto o perturba.
Por algum tempo depois de seu casamento com a bela Parvati, vivendo em um bangalô no Himalaya, longe da civilização, Shiva começava a sentir falta de suas viagens.
Então, foi quando Parvati, já desconfiada, pergunta-lhe:
– Shiva, por que não viaja por uns tempos? Não sente saudades dos seus companheiros?
– É que, quando estou perto de você, não sinto falta de nada.
E, na verdade, todos os meus companheiros estão em torno da casa, eles nunca se afastam de mim.
Eu não quero assustá-la, mas todos os fantasmas, demônios e gnomos, apesar de estarem invisíveis e quietos, estão presentes.
Espero apenas que não peça para mandá-los embora, pois são como crianças e sabem o quanto a amo.
– Claro que não, Shiva, podem ficar. Mas e a sua meditação? Ela era sua maior ocupação.
Notadamente, Shiva, no fundo, sabia que ela estava certa e que tinha muita saudade das montanhas, onde sentava para meditar.
Igualmente sabia que fora pela meditação que conseguira se transformar em um Deus tão poderoso.
Então, Shiva, depois de uma longa conversa, decidiu sair para meditar.
Feliz, coloca sua pele de tigre na cintura, enrola suas cobras favoritas no pescoço, apanha seu tridente e sai montado em sua vaca, Nandi, seguido de seus estranhos companheiros.
Mas não podemos nos esquecer de que, quando Shiva medita, é impossível despertá-lo.
Assim, foi isso que aconteceu.
Muito tempo se passou quando, finalmente, Shiva se levantou da posição de lótus, lembrou-se de sua Parvati e correu de volta para ela.
Nesse ínterim, Parvati transformara aquela simples choupana em um lugar muito confortável e bonito.
E não ficou sozinha por muito tempo.
Shiva não sabia, mas a tinha deixado grávida.
E, no tempo certo, deu à luz um lindo bebê, Ganapati.
Os anos passaram-se, o deus bebê cresceu e se transformou em um rapazinho muito inteligente.
Em uma manhã de primavera, Parvati estava tomando banho, enquanto Ganapati se mantinha perto do portão, aguardando sua mãe.
Nesse instante, um homem alto, com cabelos longos, um monte de cobras enroladas em seu pescoço e vestido com uma pele de tigre e uma aparência selvagem, aproxima-se do portão.
Shiva parou e olhou com estranheza para o bangalô.
“Será que aquela casa linda era mesmo a sua? E quem seria aquele rapaz parado no portão?”
– Deixe-me entrar! – disse Shiva, impaciente e descortês.
– Não – respondeu Ganapati – você não pode entrar!
Empurrando o rapaz para o lado, Shiva atravessou o jardim e foi direto para casa.
Ganapati sabia que sua mãe estava tomando banho, e aquele homem rude não poderia entrar em sua casa.
Ele correu e se postou à porta, de espada em punho.
Pobre menino! Que hora mais infeliz para provocar a ira do pai!
E Shiva, nesse momento, perdeu completamente as estribeiras, e seu terceiro olho, o do poder, apareceu no meio de sua testa, brilhando como fogo, e em segundos o corpo do rapaz jazia sem cabeça no chão.
Ouvindo vozes e gritos, Parvati apressou-se e saiu correndo do banho.
Ao abrir a porta, viu horrorizada o corpo do filho estendido sem cabeça; e em sua frente, o marido, que há tanto se fazia ausente. Shiva corre para abraçá-la; e ela, desviando-se do abraço, chora amargamente.
– Mas o que você fez? O que você fez? – ela repetia, torcendo as mãos em desespero. – Este era o seu filho, e você o destruiu!
Só então Shiva caiu em si e se entristeceu de verdade. Logo, tentou confortá-la:
– Nosso filho é um Deus; portanto, não pode estar morto. Encontra-se apenas desmaiado.
Mas Parvati não queria ouvir nada daquilo e lhe disse:
– Você o destruiu! De que serve um Deus sem cabeça?
Shiva tentou da melhor forma que podia lhe dizer que não tinha feito nenhum mal ao rapaz.
Ainda assim Parvati insistia com Shiva para que ele colocasse a cabeça de seu filho no lugar.
Mas Shiva dizia que não podia desfazer o que já estava feito.
Assim, Parvati chorava muito…
Então Shiva teve uma ideia: capturar o primeiro animal que encontrasse e tirar sua cabeça para colocá-la sobre os ombros de seu filho.
Foi quando encontrou um elefantinho bebê, tirou sua cabeça e a colocou em Ganapati.
E, naquele momento, o nome do rapaz passou a ser Ganesha. Parvati tentou de diversas formas mudar o acontecido e pedia para outros deuses que dessem ao seu filho uma cabeça decente.
Então os deuses pediram à linda Parvati que secasse suas lágrimas, e tudo se resolveria.
Brahma, que adora as crianças, Vishnu e Indra pediram a Parvati que perdoasse Shiva.
Pois ele não sabia o que estava fazendo, e deixaram bem claro que Ganesha não perderia nada com isso. Apesar de não ser mais tão atraente, todos o reconheceriam pela sua bondade e o amariam pelo que ele era. Brahma prosseguiu:
– Ganesha será o Deus da Sabedoria, será o Escrivão dos Céus e o Deus da Literatura.
Acrescenta Vishnu:
– Será o Deus que removerá todos os obstáculos, e será para Ganesha que todos rezarão em primeiro lugar, antes de invocar qualquer outro Deus. Será o Deus que sorrirá com boa fortuna para todas as novas empresas.
E foi assim que tudo aconteceu…
A SIMBOLOGIA DE GANESHA
Ganesha significa “Senhor de Todos os Seres”.
Com efeito, é filho do Senhor Shiva, a “Realidade Suprema”, e de Parvati, a “Mãe do Cosmo”.
Assim, seus sinais sobre a testa representam as três dimensões: a região inferior, a Terra e o Paraíso.
Suas orelhas simbolizam a grande sapiência da educação espiritual.
Seus olhos enxergam além da dualidade, o espírito de Deus em cada um.
Sua tromba indica capacidade intelectiva.
Suas presas representam os mundos material e espiritual, negativo e positivo, Yin e Yang, forte e fraco.
Sua enorme barriga indica capacidade de “ingerir” qualquer experiência, representando também a abundância.
Seus braços representam os quatro atributos do ser: mente, corpo, intelecto e consciência.
Decerto, em sua mão direita (acima), carrega uma machadinha, que decepa os apegos do mundo material.
Entretanto, na outra (abaixo), o sinal do OM, que abençoa com prosperidade e destemor.
Contudo, na mão esquerda (acima), o laço significa a fertilidade, a própria natureza.
Enfim, na outra (abaixo), gadu, um doce feito de grão-de-bico com açúcar granulado ou doce de leite com arroz, que representa a satisfação e a plenitude do conhecimento.
Ademais, o rato significa que devemos ser astutos e diligentes em nossas ações.
Ao passo que a serpente é o símbolo da energia física, guardiã dos segredos da Terra.
Assim, Ganesha é o Mestre do Conhecimento, da Inteligência e da Sapiência.
Além disso, é aquele que proporciona a potência espiritual e a inteligência suprema.
Ainda mais: é o grande Removedor dos Obstáculos, Guardião da Riqueza, da Beleza, da Saúde, do Sucesso, da Prosperidade, da Graça, da Compaixão, da Força e do Equilíbrio.
GANESHA SHARANAN,
SHARANAN GANESHA
GANESHA SHARANAN,
SHARANAN GANESHA
Nós, que dirigimos a Madras, amamos Ganesha.
Aliás, a história de Ganesha é tão incrível e inspiradora que ele está em nossa logomarca.
E na você encontra literatura sobre este e muitos outros temas!
Texto de Wagner Veneziani Costa – Presidente da (In Memorian)