Foi na Umbanda que aprendi
Foi na Umbanda que aprendi que Exu é sinônimo de caminho, segurança e evolução. E que o diabo (assim como a maldade) só existe no coração do ser humano.
Na Umbanda, Ogum me ensinou que a força de um guerreiro está na coragem de lutar e não nas armas ou armaduras.
Foi na Umbanda que Oxóssi me ensinou que entre a semeadura e a colheita existe um longo caminho, onde é necessário o cuidado e o cultivo.
Na Umbanda, Xangô me ensinou que a verdadeira justiça vem da retidão e que justo é aquele que tem sua consciência tranquila.
Na Umbanda, Iansã me ensinou que uma borboleta e um búfalo podem habitar o mesmo ser e que depois de cada tempestade sempre sopram os ventos da bonança.
Na Umbanda, Oxum me mostrou que nem tudo (ou todos) que reluz é ouro e me ensinou a reconhecer e valorizar tesouros que não tem preço.
Na Umbanda, Iemanjá me ensinou que as pessoas são como o mar, vão muito além do que podemos ver; e que assim como as ondas, tudo na vida vai e vem.
Foi na Umbanda que Nanã me ensinou que o segredo da harmonia é o respeito e a compreensão.
Na Umbanda, Obaluayê me ensinou que um rei com os pés no chão vale mais do que toda uma corte soberba.
Na Umbanda eu aprendi que as folhas de um Caboclo podem curar dores da alma e do coração; que a reza de um Preto Velho é capaz de vencer uma guerra sem precisar de soldados.
Eu vi o abraço de um Boiadeiro se tornar porto seguro para quem estava aflito; aprendi, nos encantos da Cigana, que o Divino está em toda a natureza.
E nas histórias de um Baiano aprendi lições que nenhum bacharel poderia dar.
Vi também, na pureza e na alegria de um Erê, muitas lágrimas secarem e a esperança renascer.
Foi na Umbanda que Oxalá me ensinou que o poder da oração pode transformar, que a resignação é fruto da verdadeira fé e que a caridade deveria ser lei entre todos nós como irmãos.
A Umbanda me ensinou que somos muito mais do que podemos ver, e de que nada adianta termos muito e não sermos nada, pois desta vida só levamos aquilo que soubermos deixar no coração de alguém.