Exu não intimida ninguém em seu nome
Exu não intimida e não é cachorrinho de ninguém. E se assim for, tenha certeza: não é Exu.
Lamentavelmente ainda há pessoas de má fé (ou ingênuas) que usam o nome dos Guias de forma indevida para obter vantagens sobre os outros. E, é claro, Exu em especial é o preferido. Frases do tipo “não mexe comigo que eu tenho Exu” ou “se você não me contar a Cigana conta”, para não dizer de verdadeiras ameaças realizadas tomando o nome de Exu como algo ameaçador.
Engana-se muito quem acredita nisso. Exu não intimida e enganam-se também aqueles que acham que as Pombagiras irão se intrometer em nossas vidas, lidando, por exemplo, com nossos desafetos ou adversários como se fossem nossos “amigos do bairro”, daqueles que dizem coisas do tipo “mexeu com ele mexeu comigo”.
Isso indica sim um forte desconhecimento da natureza dos trabalhos realizados por estas elevadas entidades. Eles não se manifestam para satisfazer nossos interesses mesquinhos e egoístas, não são nossos servos. Suas missões são muito maiores do que isso.
Os Exus são trabalhadores da Luz, agentes da espiritualidade superior. Essas entidades não se dispõem a fazer barganhas em troca de qualquer “trabalhinho”. Acima de tudo, eles sabem respeitar as Leis de Causa e Efeito. Ou seja, se você pede algo, porém não possui o necessário merecimento, não receberá.
E isso não significa que você nunca conseguirá o que pediu, longe disso. Os Exus (e as demais entidades) simplesmente não te privarão das lições que uma situação pode te trazer, por mais difícil que possa se apresentar. É como dizem: Exu dá o caminho, mas cabe a cada um caminhar.
Exu não intimida ninguém
Estejam certos disso, e quem usar o nome de Exu para isso ou ameaçar alguma pessoa será, em primeiro lugar, um enorme desrespeito a esta maravilhosa Linha de trabalho. Nossa religião não usa o medo para induzir alguém a determinado comportamento e, quem assim o faz por isso será “cobrado” em algum momento.
Noutras palavras, é preciso aceitar que nem sempre vencemos no exato momento em que desejamos. Se diante de um negativa, uma rejeição, você recorre a meios obscuros e tortos é porque ainda te falta compreensão das dinâmicas da vida. É melhor perder uma contenda com o próximo do que acumular carmas sombrios. Aceitar um não é sinal de maturidade espiritual.
Em tempos em que casos de intolerância religiosa são, infelizmente, cada dia mais comuns, é preciso que todos nós umbandistas sejamos exemplos. Devemos agir como seus representantes, mostrando que ela nos ensina a sermos pessoas melhores, mais íntegras, corretas, compreensivas e humildes.
Pois será pelo nosso comportamento e caráter, dentro e fora da religião, que seremos julgados pela sociedade. Portanto, vamos desenvolver a responsabilidade perante os Guias e Orixás; há muito trabalho a ser feito.
Todos podem contribuir de alguma maneira. Usemos o nome dos Guias não para negativar o próximo, mas sim para auxiliar aqueles que cruzam o nosso caminho numa constante jornada para, a cada dia, estarmos um pouco mais próximos do Pai Maior.