Contra depressão: menos medicamentos, mais espiritualidade e exercícios
Contra depressão, o médico Jorge Jaber apresenta uma visão pouco ortodoxa. Jaber é professor de pós-graduação em psiquiatria na PUC-Rio e pós-graduado em dependência química pela Harvard Medical School.
Ele celebra a evolução dos medicamentos para os pacientes que usam antipsicóticos (doentes com esquizofrenia ou transtorno bipolar, por exemplo). Mas alerta para o preocupante abuso na utilização de diazepínicos – os chamados “tranquilizantes” ou ansiolíticos – que podem vir a deteriorar a saúde mental e física.
Ele lembra que dormimos menos com a idade. E exercitar-se pode ser o melhor agente para regularizar o sono, não os remédios que levam à dependência.
“Utilizar a medicação não é suficiente”, afirma. “É importante que a pessoa faça exercício, envolva-se com atividades de ordem espiritual, ou ligadas à arte, que, inclusive, se tornaram mais acessíveis aos idosos”, completa.
Somos o resultado de genética e meio ambiente. Não só isso vai alterar a resposta genética, como terá grande influência no sentido de criar um novo estilo de vida”.
Contra depressão e outros males, Jaber aconselha também as técnicas de meditação. Um exemplo é o mindfulness, método criado para aliviar a ansiedade e o estresse.
O objetivo é trazer a atenção para a respiração e as sensações corporais, como tensões musculares ou dores. O foco no que o corpo nos diz é o maior aprendizado na experiência do mindfulness, de forma que consigamos relaxar em qualquer ambiente.
“A espiritualidade modifica o prognóstico da doença”, ensina.
Na sua opinião, um ponto de atenção é o número crescente de casos de depressão entre as mulheres mais velhas:
“É frequente que se sintam sem um papel social definido, porque não têm uma carreira ou uma atividade gratificante. Além disso, os filhos cresceram e muitas se ressentem da falta de uma relação estável.
O resultado é que deixam de enxergar possibilidades”.
O diagnóstico obedece à observação de uma série de fatores:
– Falta de interesse pelas coisas;
– Problemas de memória;
– Alteração no apetite e no sono (para mais ou para menos);
– Irritabilidade.
Para o especialista, não se pode afirmar categoricamente que a envelhecimento está associado à depressão:
“O que acontece é que, na maioria dos casos, essa depressão não foi corretamente diagnosticada no primeiro ou no segundo episódio.
Depois, esses episódios vão se repetindo e se tornam o padrão na vida do paciente.