Comportamento no Terreiro de Umbanda: médiuns
Comportamento no Terreiro de Umbanda: como devem agir os médiuns? Esta é uma pergunta que muitos já devem ter feito, nem que seja apenas mentalmente. Depois de algum tempo frequentando um ou mais terreiros, é possível notar que há diferenças substanciais entre os procedimentos adotados em cada casa espiritual, variando muito sua ritualística e práticas cotidianas.
De maneira geral, é possível notar que há médiuns que entram na corrente mediúnica “se sacudindo todo”. Mistificação? Má instrução? Há histórias de médiuns cujo comportamento no terreiro extrapola e muito os limites do bom senso. “Se der chance incorpora antes da entidade dirigente dos trabalhos, e não pode ouvir um Ponto que é da “sua” entidade, que já está dizendo que não consegue segurar e precisa dar passagem”, é um dos relatos que ouvimos.
Mas o médium sério entende que sua entidade está no terreiro e nem sempre precisa estar incorporada para trabalhar. Atender ou não atender a consulência ali presente torna-se necessário ou não de acordo com a quantidade de adeptos ali presentes ou de acordo com as regras que os dirigentes estabeleceram para cada um. Portanto, havendo necessidade, ele ou ela deve pedir licença para ajudar no que a Casa precisa.
Como deve ser o comportamento no terreiro?
Comportamento no terreiro de Umbanda, como dissemos, deve ter o bom senso como referência acima de tudo. Ao dizer isso, destacamos o respeito à hierarquia, à doutrina da casa espiritual e às suas regras acordadas com todos ali presentes. Neste ponto, vale lembrar as palavras de um Caboclo, certa vez:
“Cantar, bater palma, firmar o côco, tudo isso é parte do trabalho!”
O que provavelmente ele quis dizer é que não adianta nada estar ali, cheio de capa, guias, bengalas, com copo na mão, charuto na boca, mas quando chega a hora de cantar, não conhece um único Ponto, ou simplesmente não canta. E, só para lembrar, para nós Ponto de Umbanda é mais do que música: é oração. Nunca se esqueçam disso!
Outra coisa muito importante: médium bom é aquele que respeita sua casa espiritual e sabe valorizar o chão onde pisa. E isso precisa ser entendido da maneira mais ampla possível, no sentido literal mesmo. Noutras palavras, se precisar limpar o chão, lavar parede, tirar o lixo, atender a assistência, fazer comida de santo, ajudar nas entregas, enfim, o que for preciso fazer, faça. Isso tudo é parte do exercício de servir, de ajudar o outro, de seguir aprendendo com humildade.
Médium que pensa que “trabalhar” na Umbanda é só estar incorporado, todo cheio de apetrechos e vestuários típicos, e ainda acha que está fazendo muito, esse não está nem no primeiro degrau dessa longa e vagarosa escada chamada evolução espiritual
Portanto, caros irmãos que iniciam agora sua caminhada ou até mesmo os mais antigos, aprendam isso: a corrente é a principal firmeza da casa.
Comportamento no Terreiro: como proceder então?
Se você perceber que precisa estar ali cantando e ajudando, não se encabule de conversar com sua entidade. Afinal, se for mesmo necessário incorporar naquele momento, você saberá.
Saiba que os Guias nos ouvem e que não existe essa coisa de “meu Guia tem que trabalhar”. Porém, quando decidir faltar no terreiro por conta de uma festa, viagem, etc., o que fazer? Aí o Guia não precisa trabalhar? Não é bem assim.
Nenhuma entidade de Umbanda é déspota e nem vai transformar seu aparelho em escravo. Temos que tomar cuidado com nossa própria presunção em achar que se não incorporarmos não trabalhamos seremos punidos de alguma forma.
Os Guias são nossos amigos e, como tal, nos entendem através da conversa, da comunicação. Resumindo, o comportamento no terreiro é tudo e muito mais!
[creditos titulo=”Texto” nome=”Robson Andreani” url=”https://cabanaluzdearuanda.com.br/”]