Intolerância no RJ: medo do desconhecido ou ação orquestrada?

A intolerância no RJ com as religiões de matrizes afro-brasileiras chegou ao ápice nas últimas semanas.

O Umbanda Eu Curto é feito a partir de São Paulo, mas se ramifica por todo o Brasil e até por outros países.

Por intermédio de Pais e Mães de Santo do Rio de Janeiro nos chegam os relatos dos dias difíceis que eles têm passado.

Os casos de intolerância no RJ se multiplicaram.

Não se trata mais de episódios isolados de intimidação ou xingamentos (ou que já é inaceitável, diga-se).

As notícias recentes de coação, violência física e psicológica, quebra-quebra e ameaças declaradas pedem medidas extremas.

Nestes anos em que divulgamos notícias e informações sobre Umbanda, ficou claro para nós que uma das causas da intolerância no RJ (e também em outros locais) é o desconhecimento da religião.

Católicos, protestantes, evangélicos e até espíritas kardecistas não conseguem explicar para seus pares o que é a Umbanda e o Candomblé, nem mesmo de maneira básica.

E, cá entre nós, muitos nem se interessam em explicar.

Surge assim o medo do desconhecido.

Com o tempo, o medo se torna repulsa e, sem maiores explicações, vira ódio.

E o pior: um ódio vazio, sem direção, sem justificativa. Ódio pelo desconhecido.

Outra possível causa da intolerância no RJ, segundo muitos de vocês, nossos leitores, é o quadro político hoje governando a capital fluminense.

Marcelo Crivella, bispo (ex-bispo?) da Igreja Universal foi eleito pela maioria, OK.

Imediatamente após os pleitos do ano passado, muitos de nossos colaboradores cariocas vaticinaram: aguardem e verão os dias difíceis que virão. E eles vieram.

Sendo assim, a intolerância no RJ é uma ação orquestrada, política de governo? Ou talvez um fechar de olhos para com as religiões afro-brasileiras?

Na nossa visão, é um pouco de tudo.

O prefeito não dá mostras reais de se preocupar com a atual situação vivida pelas irmãs e irmãos do axé na cidade maravilhosa.

E, por outro lado, o desconhecimento do público em geral sobre a cultura e religiões de matriz afro-brasileira continua elevado, sem perspectiva de melhora.

A solução?

Primeiro, denunciar imediatamente qualquer tipo de ato de intolerância.

Segundo, buscar apoio de Terreiros amigos ou próximos.

Assim, em dias de Giras ou eventos, cada um poderá ter o apoio do outro para minimizar possíveis ataques físicos.

Afinal, juntos somos mais fortes.

E, terceiro (e tão importante quanto), precisamos introjetar nossa religião de verdade, nos assumirmos umbandistas e ‘evangelizarmos’ sempre que possível.

Explicar a Umbanda a quem quer que seja ajuda a desmistificar a religião.

Além disso, mostra que somos do Bem, que nosso Deus é o mesmo que o dos demais e que não há motivos para ódio.

A educação para a paz e o esclarecimento sempre ajudarão a combater os discursos de ódio, sobretudo para que os mais jovens não reproduzam estes comportamentos de intolerância no RJ e em todo o país.

O que não dá mais é ficar parado.

E você? O que pensa desta questão?

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