Ser filho de um Orixá: o que isso significa?

Ser filho de um Orixá, afinal, quer dizer o que?

Eita assunto comentado hein!

A leitura dos Orixás é uma das maiores ansiedades de quem acaba de entrar na religião. É também de quem apenas simpatiza com a Umbanda.

Muitas vezes eles são confundidos com os signos astrológicos, mas já adiantamos: para nós os Orixás não possuem relação com os signos.
Contudo,o que existe é a relação de Orixás com os planetas.

A associação Signo x Orixá normalmente acontece em razão da semelhança entre essas influências em nossas vidas.

E é sobre isso que vamos explicar neste texto:

Qual a influência dos Orixás em nossas vidas?
Como eu as percebo?
O que é ser filho de um Orixá?

Origem do ser

Para que se entenda sobre Orixás Ancestrais, de Frente (ou de Cabeça) e Adjunto e suas distinções, vamos retornar ao início da vida de um ser, ou seja, em sua primeira concepção.

Todavia, quando falamos sobre primeira concepção nos referimos a um ser que ainda não encarnou nesse plano.

Um ser que acaba de ser gerado por Deus e sua energia divina e que, portanto, é ainda uma estrela fatoral.

Sim, nós em nossa primeira “vinda” ao mundo somos um pequeno fragmento de vida e temos o formato da estrela fatoral do nosso Orixá.
Enfim, aprofundaremos esse assunto em outro texto, mas é interessante já ter essa noção.

Orixás Ancestres ou da coroa – Inconsciente/Instinto

Os Orixás Ancestrais ou Ancestres são aqueles que atraíram o ser no momento em que ele foi concebido pelo Divino Criador. Isso ocorre através de sua onda magnetizadora quando este ainda era uma “centelha divina” – primeira concepção.

Cada um dos Orixás possui qualidades que estão ligadas ao Trono em que se assentam e estão ligados ao mistério divino que regem.

Portanto (de uma maneira sintetizada e popularmente entendida e revelada) podem ser:

Religiosos (mistério: fé | Oxalá e Logunan)
Criativos (mistério: vida | Iemanjá e Omulu)
Ordenadores (mistério: lei |Ogum e Iansã)
Conceptivos (mistério: amor | Oxum e Oxumaré)
Judiciosos (mistério: justiça | Xangô e Egunitá)
Expansores (mistério: conhecimento | Oxóssi e Obá)
Transmutadores (mistério: saber | Obaluayê e Nanã)

Assim, quando um ser é atraído por uma dessas divindades (que nos recepcionam após essa primeira concepção) ele agrega em si, como sua natureza íntima, a qualidade que esse Orixá emana e isso irá perdurar por entre todas as suas reencarnações.

Mas como isso é definido?

No livro Orixás Ancestrais, de Rubens Saraceni temos a conceituação.

Conforme o autor explica, na energia divina viva de Deus se encontra a origem dos nossos códigos genéticos específicos.

E são esses códigos que determinarão as naturezas distintas de cada ser e que, por sua vez, distinguem também os Orixás.

A obra faz um comparativo entre a energia divina e os ácidos nucleicos que dão origem ao DNA e RNA do corpo humano, exemplificando assim a forma de concepção do espírito.

Sobre os Orixás Ancestrais e a relação deles com os seres também vale lembrar que estes são ordenados de forma que os 7 Orixás masculinos fatorem os sete masculinos e os 7 Orixás femininos os seres femininos, sempre obedecendo a essa ordem.

Então, se assim são os seres, é porque são qualificados fatorados e magnetizados nas suas origens pelo magnetismo das ondas vivas
fatorais das divindades
– Rubens Saraceni em Orixás Ancestrais, Editora Madras

Portanto, entendemos que as características do seu Orixá Ancestre vão ser sua natureza íntima, serão o seu modo de agir e sentir circunstâncias diversas que não irão mudar.

A forma como você se relaciona com você mesmo, seu furor ou sua doçura interna que só quem é do seu convívio íntimo ou que está disposto a perceber, tem a capacidade de identificar como ser filho de um Orixá A, B, C e assim por diante.

Em resumo, o Orixá Ancestre traz para o ser aquela característica que se manifesta quando ele está em plenitude com o seu “eu”. É a sua essência.

“O que você faz quando ninguém te vê fazendo ou o que você
queria fazer se ninguém pudesse te ver.”
– Dinho Ouro Preto, cantor e compositor

Enfim, são essas as características que toda pessoa carrega.

Mas muitas vezes se encontram encobertas e precisam ser “decifradas”.

O Orixá Ancestre é o mais difícil de ser revelado e, como todos os outros, sua descoberta é um mérito e precisa ser concebida como tal e não apenas a título de curiosidade.

Ser filho de um Orixá é, então, algo que devemos devotar certa atenção.


Orixás de Frente ou de Cabeça – Mental/ Intelectual

Quanto aos Orixás de Frente ou de Cabeça, estes irão influenciar as características psíquicas da pessoa.

Porém, esses Orixás só irão guiar, fatorar e orientar a pessoa durante o encarne que ela vive no momento.

Quando o ciclo se renovar e o espírito reencarnar de novo, a única característica imutável irá ser a do seu Orixá Ancestre que – como dito anteriormente – está consigo desde sua primeira concepção do útero gerador divino.

Nesse sentido, as influências do Orixá de Cabeça serão as características que o mundo irá notar. Ser filho de um Orixá é assim algo mais sutil e que merece atenção, não é?

Podemos dizer que ele também é o arquétipo social que você constrói. Por exemplo, quando você conhece alguém.

Logo você tem uma “primeira impressão” e se a sua relação com ela parar por aí você sempre se lembrará dela com a imagem que teve nesse primeiro contato.

Então, naquele momento, você percebeu as influências do Orixá de frente desta pessoa, que são evidenciadas até mesmo em seu porte físico.

Assim, se você tem uma compleição mais delicada ou se tem
um corpo mais esguio isso está na relação com os Orixás.

Isso também é característica do Orixá de frente.
A saber, as filhas de Oxum tem um corpo delicado, um comportamento suave,
se preocupam com a beleza, com a estética.

No entanto, as filhas de Iansã são muito práticas,
o corpo delas nem sempre são tão delicados.

Porque elas também são mulheres fortes que vão para a “guerra”.
Então elas sentem necessidade de ter um corpo
para um dia a dia mais prático.
– Alexandre Cumino em Orixás na Umbanda, Editora Madras

Adjunto – Emocional

Em Teologia de Umbanda – Jornada, da plataforma de ensino a distância Umbanda EAD, o mentor Alexandre Cumino traz esse assunto com o objetivo de esmiuçar e esclarecer todos as questões acerca do tema de ser filho de um Orixá.

Durante os episódios ele explica sobre o papel do Orixá Adjunto que assim como os outros exerce forte influência nas ações e personalidade da pessoa.

Assim, esse Orixá será o auxiliador do Orixá de Frente e ajudará a manter o equilíbrio entre os polos positivo e negativo da divindade que rege a reencarnação desta pessoa.

Portanto, o papel do Orixá Adjunto é realmente o de promover o auxílio à pessoa nos pontos em que ela precisa melhorar para evoluir, equilibrando as ondas de fatoração que emanam do Orixá de cabeça com as que emanam do Orixá Ancestre.

O Orixá Adjunto faz o equilíbrio entre a natureza e o Orixá que está de frente.
Porque o Orixá que está de frente não é a sua natureza:
é a tua missão de vida. 
E isso é muito forte!
Conhecer o seu Orixá de Frente é um autoconhecimento;
Conhecer o seu Ancestre é um conhecimento mais profundo.
Não é comum fazer leitura de Ancestre.
Alexandre Cumino em Teologia de Umbanda – Jornada

Assim sendo, pensando dessa forma por entre suas reencarnações e evolução, o espírito pode passar por todos os Orixás, adquirindo e acumulando características relativas à estes.

E é por isso que não é difícil encontrar pessoas que possuem traços presentes em todos os Orixás ou que nem sempre expõem a característica do seu Orixá e “emprestam” qualidades dos outros.

Ser filho de um Orixá é também ser filho de todos!

Porém, como já dito, algumas particularidades sempre vão acompanhar esse espírito em suas reencarnações e essas são as pertencentes ao Orixá Ancestre.

Há também a possibilidade da pessoa estar sob a influência de determinado Orixá naquele instante da sua vida, porque é disso que ela está precisando naquele momento – em razão de conflitos pessoais e etc.

Sendo assim, a leitura do seu Orixá poderá revelar essa regência que está fluindo com maior intensidade nessa fase e isso explica – em partes – o motivo de algumas pessoas consultarem os Guias perguntando sobre sua filiação e a resposta ser diferente em cada uma das oportunidades.

Enfim, tudo o que é exposto aqui sobre Umbanda e suas diversidades não deve ser percebido como via de regra, mas sim como um adendo ao conhecimento sobre a religião.

Esperamos ter sanado algumas das principais dúvidas sobre ser filho de um Orixá e dos Orixás que nos regem.

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